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Os minerais, substâncias sólidas inorgânicas, ocorrem em todos os ambientes naturais com materiais sólidos: rochas, solos e sedimentos como praias, aluviões etc. Podem estar na forma de grãos soltos (nos solos e sedimentos) ou associados firmemente (nas rochas).
Grãos minerais como os de nossa história também podem ser encontrados na Natureza. Ressaltamos que, geralmente, esses minerais são encontrados em grãos muito pequenos, milimétricos. Já nas coleções dos Museus de Geociências, de Mineralogia ou de História Natural, há exemplares de todos eles em suas variedades de formas e cores. Nas feiras de artesanato e de produtos naturais também podemos encontrar vários minerais, ressaltando-se o fato de que, nesses casos, as classificações nem sempre são cientificamente corretas.

Quartzo
É o mineral mais comum nas rochas e em outros materiais sólidos da superfície dos continentes. Sua abundância nas rochas e o fato de ser relativamente resistente frente ao intemperismo fazem do Quartzo o mineral mais comum nos materiais que estão sendo erodidos, transportados e sedimentados em vários locais. Por isso, as areias de praia são predominantemente constituídas por quartzo. Existem praias com grãos onde predominam outros minerais, mas elas não são muito freqüentes.
Você pode encontrar quartzo nas praias, nas areias de rios e de dunas, geralmente em grãos não maiores que 2mm. Os grãos transportados durante muito tempo são bem arredondados, como Quart, e seus tamanhos dependem da energia do agente de transporte (rio, vento etc). Assim, há praias com areias mais grossas ou mais finas, onde os grãos de quartzo são maiores ou menores. Para encontrar grãos maiores, os chamados seixos ou pedregulhos, com alguns centímetros de diâmetro, um bom local é uma cascalheira de rio. Cidades na beira de rios costumam vender seixos arredondados para revestir caminhos ou pequenas estradas, por exemplo.
Mas antes de sofrer transporte na superfície, o quartzo tem outras formas: prismas de base hexagonal, quando bem formado, ou cristais irregulares, em geral incolores, acinzentados ou esbranquiçados. Esses cristais podem ainda ser coloridos denominados de acordo com suas cores, como por exemplo a ametista, roxa e apreciada por seu valor estético.

Fotos: quartzo redondo - quartzo incolor em prisma hexagonal - geodo de ametista

Feldspato
É também um mineral comum nas rochas, mas menos resistente ao intemperismo do que o quartzo. Por isso, não é comumente encontrado em materiais que sofreram muito transporte. Na história, Feld explica que é transportado por um rio, sem ter sido intemperizado nem arredondado, por ser recém-liberado de sua rocha durante uma explosão. De outra forma, dificilmente veríamos um grão de feldspato ainda com sua forma e composição originais entre os sedimentos de um rio. Em climas temperados, é mais comum encontrar feldspato junto com quartzo, já que o intemperismo é muito mais ameno, e os minerais de resistência intermediária ao intemperismo (como é o caso do feldspato) persistem mais tempo no ciclo da dinâmica externa.
Por outro lado, o feldspato é um mineral muito comum em rochas abundantes, como o granito e o gnaisse. Ele ocorre na forma de grandes cristais prismáticos de vários centímetros, rosados como Feld ou de cor branca ou cinza, em meio a outros grãos menores de feldspato, quartzo e mica. Boa parte das rochas ornamentais utilizadas em revestimentos de pisos e balcões de estabelecimentos comerciais têm cristais de feldspato.

Fotos: feldspato em granito - feldspato em gnaisse - feldspato rosado - feldspato cinza

Mica
É um grupo de minerais com uma característica evidente: um empilhamento de folhas finíssimas, que podem ser destacadas facilmente. A mica branca é a muscovita; a preta é a biotita , e ainda há outras, com outras denominações. Muitos vão se lembrar que os ferros de passar antigos utilizavam uma grande placa de “malacaxeta” como resistência elétrica. Essa placa nada mais era do que um fragmento de muscovita, conhecida popularmente como malacaxeta.
A mica, principalmente a muscovita, é mais resistente que o feldspato ao intemperismo. Assim, ela pode ser encontrada com o quartzo em muitos sedimentos nas praias, nos fundos e margens de rios e lagos. Por causa de sua forma e da facilidade das folhas se separarem, a mica nunca vai se arredondar pelo transporte, como acontece com o quartzo e outros grãos minerais. Ela é encontrada em sedimentos e solos como plaquinhas que podem aderir à pele ou a outros objetos.
A mica também é um grupo mineral muito comum nas rochas da crosta continental e constitui fundamentalmente granitos e gnaisses, como mostram as fotografias anteriores.

Foto: mica

Magnetita
É um mineral que tem a propriedade de ser atraído pelo ímã. Quando exposta às intempéries, a magnetita logo forma uma camada irregular de “ferrugem” em sua superfície, como a Mag de nossa história. Essa ferrugem, na verdade, é um novo mineral oxidado de ferro - o mesmo que se forma quando qualquer objeto de ferro se oxida. Os grãos de magnetita podem resistir um certo tempo ao intemperismo e são encontrados sem muita dificuldade em alguns solos e sedimentos. Quando bem formada, apresenta-se como Mag, ou seja, em octaedros. Mas geralmente é encontrada como octaedros imperfeitos, e pode ser separada dos outros grãos quando se passa um ímã no solo ou sedimento: as partículas que ficarem presas ao ímã são as partículas de magnetita. Geralmente os grãos medem 1mm ou menos e são facilmente observados com lupa simples, como aquelas que usam os colecionadores de selos ou os relojoeiros.

Fotos: magnetita enferrujada em escala de mão - magnetita em escala microscópica

Calcita
É um mineral muito diferente dos anteriores. Também é comum, mas ocorre em outros tipos de rochas, principalmente calcários e mármores.
Esse material dissolve com muita facilidade, por isso seria improvável encontrar um grão de calcita como Cal sendo transportado por um rio. Isso só ocorreu na história porque nosso grãozinho fazia parte de um grande pedaço de mármore - uma pia que foi abandonada e sofreu alterações pela chuva e pelo calor do Sol, soltando pedacinhos que foram levados pelas águas até chegar ao rio. Não houve tempo para dissolver o grão, o que aconteceria se o mármore sofresse intemperismo normalmente. Nessa situação, os grãos se dissolveriam ao longo dos caminhos preferenciais das águas que penetram nas rochas, formando as cavernas; dentro das cavernas, as águas podem novamente precipitar calcita e formar estalagmites, estalactites e outras formas curiosas.

Fotos: concha - caramujo - caverna