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Sequência didática

IMAGENS GRAVADAS

Nesta sequência didática, a temática tem como viés o movimento armorial, que abrange a xilogravura, a literatura de cordel, os repentistas e as emboladas, bem como suas conexões. O destaque será para a xilogravura e sua presença, por exemplo, na literatura de cordel, em capas de CD, entre outros.

A BNCC na sala de aula

Objetos de conhecimento

Artes Visuais

Contextos e práticas

Materialidades

Processos de criação

Artes Integradas

Matrizes estéticas e culturais

Competências específicas

1. Explorar, conhecer, fruir e analisar criticamente práticas e produções artísticas e culturais do seu entorno social, dos povos indígenas, das comunidades tradicionais brasileiras e de diversas sociedades, em distintos tempos e espaços, para reconhecer a arte como um fenômeno cultural, histórico, social e sensível a diferentes contextos e dialogar com as diversidades.

2. Compreender as relações entre as linguagens da Arte e suas práticas integradas, inclusive aquelas possibilitadas pelo uso das novas tecnologias de informação e comunicação, pelo cinema e pelo audiovisual, nas condições particulares de produção, na prática de cada linguagem e nas suas articulações.

3. Pesquisar e conhecer distintas matrizes estéticas e culturais especialmente aquelas manifestas na arte e nas culturas que constituem a identidade brasileira , sua tradição e manifestações contemporâneas, reelaborando-as nas criações em Arte.

5. Mobilizar recursos tecnológicos como formas de registro, pesquisa e

criação artística.

Habilidades

Artes Visuais

(EF69AR01) Pesquisar, apreciar e analisar formas distintas das artes visuais tradicionais e contemporâneas, em obras de artistas brasileiros e estrangeiros de diferentes épocas e em diferentes matrizes estéticas e culturais, de modo a ampliar a experiência com diferentes contextos e práticas artístico-visuais e cultivar a percepção, o imaginário, a capacidade de simbolizar e o repertório imagético.

(EF69AR02) Pesquisar e analisar diferentes estilos visuais, contextualizando-os no tempo e no espaço.

(EF69AR05) Experimentar e analisar diferentes formas de expressão artística (desenho, pintura, colagem, quadrinhos, dobradura, escultura, modelagem, instalação, vídeo, fotografia, performance etc.).

(EF69AR06) Desenvolver processos de criação em artes visuais, com base em temas ou interesses artísticos, de modo individual, coletivo e colaborativo, fazendo uso de materiais, instrumentos e recursos convencionais, alternativos e digitais.

Artes Integradas

(EF69AR33) Analisar aspectos históricos, sociais e políticos da produção artística, problematizando as narrativas eurocêntricas e as diversas categorizações da arte (arte, artesanato, folclore, design etc.).

Objetivos de aprendizagem

Conhecer e investigar a arte visual da gravura, especialmente a xilogravura.

Desenvolver e apreciar a habilidade de improvisar e criar em manifestações artísticas.

Conhecer imagens e artistas produtores de obras visuais com temas sobre música e dança.

Conteúdos

Arte visual da gravura e especialmente a xilogravura apreciação de obras

Movimento armorial: xilogravura na literatura de cordel

Imagens e artistas produtores de obras visuais com temas sobre música e dança

Materiais e recursos

Aparelho de projeção de imagens.

Bandeja e/ou pratinhos de isopor.

Tintas de várias cores.

Folhas de papel canson A4 ou folhas de sulfite brancas.

Lápis preto e caneta esferográfica.

Metal, madeira, emborrachado, isopor, papelão ou outro material para suporte.

Um rolinho de espuma.

Um pincel médio.

Desenvolvimento

Quantidade de aulas: 2 aulas.

Aula 1

Organizar os alunos em semicírculo e informar que o tema da conversa será a xilogravura. Realizar para os alunos a leitura de trechos de textos sobre as origens orientais da xilogravura, com destaque para o mestre japonês Katsushika Hokusai, e promover a apreciação de imagens das obras de Hokusai e do alemão Albrecht Durer (1471-1528). O objetivo é fazer com que os alunos ampliem seu conhecimento sobre a história da gravura e as variações de matrizes, bem como suas técnicas além de xilo, como a calcogravura, a linoleogravura, a água-forte, entre outras. Para saber mais sobre Albrecht Durer e suas obras, consultar a página <https://emaklabin.org.br/wiki/index.php/Albrecht_D%C3%BCrer> (acesso em: 27 out. 2018), da Fundação Ema Klabin, e mostrar aos alunos as reproduções das xilogravuras disponíveis.

No Japão, a técnica de xilogravura começou a ser utilizada no século XVII, com o objetivo de reproduzir textos budistas. Utilizavam-se carimbos de madeira impressos em papel washi e aplicados sobre seda. A impressão era feita em preto sobre branco, e as partes coloridas eram pintadas à mão.

As gerações seguintes de gravadores aperfeiçoaram a técnica e adotaram novos temas. Os primeiros impressos policromados, já chamados de nishiki-ê, foram calendários encomendas por ricos patrocinadores. Na década de 176O, um artista chamado Hozumi Harunobu e conhecido como Suzuki Harunobu (1725-1770) descobriu uma maneira de colorir a xilogravura que permitiu a impressão de cores por meio de diferentes matrizes de madeira, possibilitando diversas nuances na composição. Essa técnica tornou possível a produção de obras em massa e se tornou popular.

SANTA ROSA, Nereide Schilaro. Retratos da arte. São Paulo: Leya, 2015. p. 226.

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spatuletail/Shutterstock.com

Selo com a estampa da famosa xilogravura A grande onda de Kanagawa, do japonês Katsushika Hokusai (1760-1849). A obra faz parte da série do artista denominada Trinta e seis vistas do Monte Fuji (c. 1831).

A gravura é uma arte visual cuja técnica permite que o produtor faça uma imagem em uma matriz e reproduza cópias. A técnica da gravura pode variar de acordo com o material utilizado na matriz, mas todo gravador deve imaginar a imagem invertida que será feita na matriz para obter a imagem original na cópia. A gravura é uma linguagem que se utiliza de matrizes de madeira, pedra ou metal para produzir obras em papel. Xilogravura, litogravura ou calcogravura são palavras de origem grega (xilo, madeira; lito, pedra; e calco, metal ou, mais precisamente, cobre) que designam as técnicas tradicionais da gravura. O trabalho do gravurista não deve ser confundido com as imagens produzidas pelos processos industriais de impressão; o talho na madeira, a incisão ou a corrosão do metal, o desenho litográfico na pedra, tudo isso exige precisão, técnica e controle dos procedimentos, e só a familiaridade com essas linguagens pode levar à imediata identificação desses processos milenares. Há artistas que produzem as matrizes e depois passam para um mestre-impressor que, sob sua orientação, faz as impressões. Embora haja um número de impressões previsto pelo artista, cada impressão é um original, e não uma cópia.

Como é a técnica da xilogravura? Pesquise e comente com os colegas.

Qual a relação da xilogravura com a literatura de cordel?

A técnica mais popular de produzir gravuras chama-se xilogravura e é feita com entalhes em uma matriz de madeira. O gravador faz o desenho na madeira e retira o material ao redor da linha de contorno, deixando o desenho em relevo. Em seguida, ele tinta o relevo com um rolo especial e imprime, pressionando o papel contra a matriz. A xilogravura é comumente utilizada para ilustrar os livros com poesias de literatura de cordel, geralmente na capa. Sobre xilogravura, apresentar aos alunos a página do Museu Casa da Xilogravura, disponível em: <http://www.casadaxilogravura.com.br/> (acesso em: 27 out. 2018).

Para finalizar, solicitar à turma que se organize em grupos e traga para a próxima aula os materiais para a elaboração de uma xilogravura.

Aula 2

Iniciar a aula organizando os alunos em grupos, os materiais e o espaço da sala para a execução da técnica da xilogravura. Os alunos deverão realizar uma xilogravura geométrica utilizando bandejas de isopor, caneta esferográfica, tintas, pincéis, copo com água, retalhos de pano e folhas de canson ou de sulfite branco tamanho A4. O objetivo é fazer com que os alunos tomem conhecimento da técnica da gravura utilizando materiais alternativos.

Organizar os alunos em grupos permite que eles auxiliem uns aos outros e troquem ideias. Orientá-los a calcarem com a caneta esferográfica sobre a bandeja de isopor figuras geométricas de tamanhos variados, de modo a transformá-la em uma matriz. Se algum aluno se sentir mais seguro, pode fazer um esboço do desenho com um lápis antes de calcar a caneta. Feito isso, pedir que espalhem tinta com um pincel sobre a superfície trabalhada. Depois, eles devem colocar por cima do isopor entintado uma folha de sulfite ou de canson e pressionar bem todas as partes do papel. O próximo passo é retirar cuidadosamente o papel de cima do isopor. Os trabalhos podem ser expostos em sala de aula ou em um local de grande circulação na escola.

Para trabalhar dúvidas

Revisar e acompanhar os conceitos que foram assimilados pelos alunos. Relembrar o aluno que a diversidade do olhar do artista abre caminhos para novas relações visuais, sonoras e cênicas, que se transformam em novas linguagens. Essas relações se estabelecem entre culturas e conhecimentos em diferentes contextos, bem como contribuem para novos olhares e descobertas. Às vezes, um conceito novo para uma pessoa é algo já conhecido de outra. Ao refletir sobre a arte e a própria brasilidade, o aluno pensará na arte como uma linguagem dinâmica e tomará consciência de que as manifestações artísticas estão relacionadas à política, à sociedade, à história e à construção do conhecimento humano.

Ampliação

A partir de uma xilogravura escolhida previamente, propor aos alunos a elaboração coletiva de uma história. O objetivo é trabalhar a oralidade por meio da improvisação e da criação de rimas. Propor aos alunos que, em grupo, façam alguns carimbos com batatas cruas, tendo como base a xilogravura escolhida previamente. Cada componente do grupo terá um carimbo. Orientá-los a fazer um desenho na superfície interna da batata/carimbo. Com uma espátula pequena ou uma colherzinha, por exemplo, retirar a batata ao redor do desenho, deixando-o em relevo. Pintar com tinta as partes em relevo do desenho e carimbá-lo em uma folha de sulfite ou canson. Reparar como o desenho ficará invertido ao ser impresso no papel.