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PROJETO INTEGRADOR |
Conexão com: História.
Líder do desenvolvimento do projeto: professor de Arte.
O projeto visa o estudo das culturas indígenas presentes no Brasil. Pretende-se partir da abordagem do tema previsto para este ano escolar na disciplina História – especialmente a problematização do discurso civilizatório nas Américas, o silenciamento dos saberes indígenas, as formas de integração e destruição de comunidades e povos indígenas, bem como a resistência dos povos e das comunidades indígenas diante da ofensiva civilizatória – para problematizar de que maneira se entende a cultura indígena na atualidade. Propõe-se estudar a arte indígena de hoje e do passado, analisando a visão do indígena em produções do século XIX e obras de artistas engajados na preservação da natureza. A relação entre a cultura indígena e a natureza será destacada no projeto – que prevê experimentação e criação com elementos naturais como corantes vegetais, folhas e sementes – e será privilegiada pela produção final, que consiste em uma oficina artística projetada e ministrada pelos alunos.
A questão indígena no Brasil carece de uma abordagem problematizadora e voltada ao cenário contemporâneo. O projeto visa o entendimento do indígena como sujeito histórico e o incentivo do estudo da história e cultura indígenas. Recorre-se à história dos indígenas viventes no território brasileiro no século XIX, para que os alunos possam compreender os desdobramentos desse período histórico, especialmente em relação à visão que a sociedade brasileira desenvolveu sobre esses povos. Considera-se o tema frutífero para analisar produções artísticas de diferentes contextos – tanto a produção indígena como as obras que retratam os indígenas – e também para fomentar a experimentação artística a partir da relação com a natureza, aspecto fundamental das culturas indígenas.
Discutir o conceito de arte indígena.
Explorar os elementos da cultura indígena do território brasileiro, reconhecendo a pluralidade e a diversidade desses povos.
Analisar criticamente os discursos civilizatórios do século XIX.
Estudar as artes antigas dos indígenas e o que produzem hoje, inclusive mediante o uso de tecnologias digitais.
Refletir sobre a atual condição dos indígenas na sociedade brasileira.
Analisar a relação entre as culturas indígenas e a natureza.
Explorar o uso de cores, formas, materialidades e sons desenvolvidos pelos indígenas brasileiros.
Pesquisar instituições dedicadas ao estudo e à preservação das culturas indígenas.
Valorizar patrimônios culturais e compreender que cada cultura produz a própria arte.
Desenvolver criações artísticas com base na preservação do meio ambiente.
Compartilhar conhecimentos e divulgar as produções realizadas durante o projeto.
Competências desenvolvidas |
1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva. 9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza. |
Habilidades relacionadas* |
Arte (EF69AR01) Pesquisar, apreciar e analisar formas distintas das artes visuais tradicionais e contemporâneas, em obras de artistas brasileiros e estrangeiros de diferentes épocas e em diferentes matrizes estéticas e culturais, de modo a ampliar a experiência com diferentes contextos e práticas artístico-visuais e cultivar a percepção, o imaginário, a capacidade de simbolizar e o repertório imagético. (EF69AR04) Analisar os elementos constitutivos das artes visuais (ponto, linha, forma, direção, cor, tom, escala, dimensão, espaço, movimento etc.) na apreciação de diferentes produções artísticas. (EF69AR06) Desenvolver processos de criação em artes visuais, com base em temas ou interesses artísticos, de modo individual, coletivo e colaborativo, fazendo uso de materiais, instrumentos e recursos convencionais, alternativos e digitais. (EF69AR31) Relacionar as práticas artísticas às diferentes dimensões da vida social, cultural, política, histórica, econômica, estética e ética. (EF69AR33) Analisar aspectos históricos, sociais e políticos da produção artística, problematizando as narrativas eurocêntricas e as diversas categorizações da arte (arte, artesanato, folclore, design etc.). (EF69AR34) Analisar e valorizar o patrimônio cultural, material e imaterial, de culturas diversas, em especial a brasileira, incluindo suas matrizes indígenas, africanas e europeias, de diferentes épocas, e favorecendo a construção de vocabulário e repertório relativos às diferentes linguagens artísticas. (EF69AR35) Identificar e manipular diferentes tecnologias e recursos digitais para acessar, apreciar, produzir, registrar e compartilhar práticas e repertórios artísticos, de modo reflexivo, ético e responsável. História (EF08HI22) Discutir o papel das culturas letradas, não letradas e das artes na produção das identidades no Brasil do século XIX. (EF08HI27) Identificar as tensões e os significados dos discursos civilizatórios, avaliando seus impactos negativos para os povos indígenas originários e as populações negras nas Américas. |
* A ênfase nas habilidades aqui relacionadas varia de acordo com o tema e as atividades desenvolvidas no projeto.
O conjunto das aulas prevê o estudo dos indígenas brasileiros a partir de um enfoque histórico e artístico. Como produção final, propõe-se a promoção de uma oficina de arte com base na cultura indígena. A ideia é que os alunos desenvolvam uma oficina na escola, preferencialmente aberta à comunidade, de modo que experimentem a criação artística em diálogo com a arte indígena, seja utilizando técnicas usadas pelos indígenas, seja confeccionando um instrumento por eles utilizado (como elementos de cestaria, escultura em argila, pintura, música, dança, adereços com plumas, sementes, cipós, entre outros). É fundamental que a prática seja orientada pelos estudos das culturas indígenas realizados desde a primeira aula e contextualizada adequadamente na realização da oficina. Para isso, os alunos deverão explorar materiais digitais sobre os indígenas viventes no território brasileiro (por exemplo, leitura de artigos, consulta a acervos digitais como o do Museu do Índio, vídeos das práticas musicais desses povos). Visa-se que os participantes da oficina conheçam e experimentem elementos da arte indígena e possam criar objetos a partir de materiais naturais e/ou reutilizados. Espera-se que os alunos participem de todo o processo – escolha dos objetos e materiais; divulgação da oficina; criação e seleção de recursos para a condução da oficina (por exemplo, cartazes, seleção de vídeos, imagens) – e sejam eles próprios os oficineiros.
Equipamento para reprodução de imagens.
Computador com acesso à internet.
Cartolina.
Tinta de várias cores e/ou canetas hidrocor coloridas.
Pincéis.
Copo para água e retalhos de tecido para a limpeza dos pincéis.
Tesoura.
Cola.
Fita adesiva.
Materiais recicláveis e naturais (a combinar, de acordo com o desenvolvimento do projeto).
Tempo de produção do projeto: 1 mês/4 semanas/2 aulas por semana.
Número de aulas sugeridas para o desenvolvimento das propostas: 8 aulas.
Antes de apresentar a proposta de projeto à turma, conversar com os alunos para levantar seus conhecimentos prévios sobre os povos indígenas. A depender do contexto em que vivem, os conhecimentos podem variar bastante. Assim, será preciso eleger os aspectos a serem enfatizados conforme a realidade escolar.
Começar a conversa perguntando aos alunos quem são os indígenas; onde estão; como vivem; qual a sua história; se sabemos muito ou pouco sobre eles; de qual perspectiva foi formulado aquilo que sabemos, ou pensamos saber, sobre estes povos.
Para estimular o debate, apresentar à turma alguma produção indígena contemporânea. Em Sugestões de materiais para a pesquisa dos alunos é possível encontrar projetos e iniciativas de comunidades indígenas que exploram o uso de tecnologias digitais na linguagem cinematográfica, por exemplo. Além de sensibilizar os alunos para o tema, esse diálogo possibilitará uma avaliação diagnóstica que, por sua vez, será fundamental para encaminhar os próximos passos do projeto. Independentemente da escolha, conversar com os alunos sobre o material apresentado. Perguntar o que acharam da produção e se conhecem outras produções indígenas.
Uma questão muito relevante para o projeto, e sempre lembrada, é de onde vem o conhecimento que temos sobre os indígenas: será que ouvir deles a própria história é o mesmo que estudar por outras fontes? Perguntar aos alunos como seria se outras pessoas, e não eles mesmos, retratassem o modo de viver e a história dos alunos.
Sobre o assunto, vale a pena citar o exemplo do Museu de Arqueologia e Antropologia da Universidade de São Paulo (MAE-USP), que desenvolveu uma parceria com os grupos indígenas Kaingang, Guarani Nhandewa e Terena, para apresentar o olhar dos grupos em relação aos objetos de seus ancestrais coletados durante os séculos XIX e XX e que hoje estão sob a guarda do museu. Os indígenas participam da curadoria para a mediação de uma grande exposição, produzindo, além disso, artefatos e materiais audiovisuais sobre a própria cultura.
Lembramos que um dos equívocos em relação à história do Brasil é considerar que os povos indígenas foram totalmente extintos e pertencem ao passado, limitando a sua atuação ao período colonial, e ignorando assim a trajetória desses povos até os dias de hoje. Nesse sentido, seria interessante averiguar com os alunos a participação dos indígenas na mídia e a forma como são retratados.
Por fim, apresentar aos alunos os objetivos do projeto e a proposta para a produção final. Desde já, é importante apresentar fontes para os alunos iniciarem suas pesquisas. Pedir que confiram os materiais indicados e pesquisem sobre um povo indígena específico. Em Sugestões de materiais para a pesquisa dos alunos há um portal com um mapa dos povos indígenas no Brasil. Uma vez que são mais de duzentos povos, é interessante, e possível, não haver repetições. Antes de encerrar a aula, combinar com a turma em que formato a pesquisa será apresentada e que aspectos os alunos vão pesquisar. Propomos que haja destaque para as artes, e que os alunos preparem as pesquisas para a aula 3.
É muito importante salientar aos alunos que a história dos povos indígenas é viva e dinâmica, e que tais povos são sujeitos históricos integrantes da realidade brasileira. Contudo, essa compreensão não está totalmente difundida em nossa sociedade. E essa questão é essencial para o projeto. Para auxiliar, propomos que apresente aos alunos alguns dos vídeos do projeto VNA, cujo link está disponível nas Sugestões de materiais para a pesquisa dos alunos.
Outra possibilidade interessante é levantar essa reflexão a partir da arte, analisando como os indígenas brasileiros foram retratados no século XIX. É possível investigar a representação desses povos em pinturas, esculturas e fotografias de artistas como Jean-Baptiste Debret (1768-1848), Rodolfo Bernardelli (1852-1931), Hercule Florence (1804-1879), Franz Keller-Leuzinger (1835-1890) e Johann Moritz Rugendas (1802-1858).
No momento de mediação das imagens, investigar com os alunos as motivações por trás dessas produções, em que contexto foram criadas e que relações estabelecem com o pensamento da época, lembrando que não havia um consenso sobre a questão indígena com relação ao seu papel na sociedade brasileira. Havia quem defendesse a incorporação pacífica dos indígenas, como José Bonifácio de Andrada e Silva (1763-1838), por exemplo, e outros que defendiam essa incorporação pela guerra e pelo extermínio, como Francisco Adolfo de Varnhagen (1816-1878). No entanto, ambas as posturas os tratavam como inferiores.
Em relação à época mais recente, é essencial tratar da resistência dos povos indígenas diante dos conflitos com outros setores da sociedade brasileira e as iniciativas para garantir seus direitos, especialmente para preservar suas terras. É importante ressaltar a luta dos indígenas pela preservação de suas identidades e pelo respeito à sua cultura e aos seus costumes, que acabaram sendo julgados extintos pelo processo de mestiçagem, ou seja, o índio que se afasta do modo de viver natural do colonialismo muitas vezes já não é reconhecido como tal.
Pode-se investigar a maneira como lidam com questões como a identidades entre povos chamados civilizados e os nativos, ou ainda mestiços, a partir das obras de Debret.
Por fim, propomos organizar os alunos em grupos e pedir que escolham uma obra de arte do século XIX que retrate os indígenas viventes em território brasileiro na época e desenvolvam um texto sobre ela, a partir das discussões desta aula e de pesquisas extraclasse. É importante inserir dados biográficos do artista, assim como informações sobre estilo, técnica e materiais, cores e formas, e analisar como esses elementos dialogam com o pensamento e a cultura indígenas em questão. O material pode ser postado no blog da turma, se houver, ou ainda em cartazes pela escola. Combinar com a turma um prazo para entrega.
A próxima aula será dedicada à apresentação e aos comentários das pesquisas solicitadas nas aulas 1 e 2 e ao estudo da arte contemporânea.
Como combinado na primeira aula do projeto, parte desta aula é destinada à troca ideias sobre as pesquisas sobre povos indígenas. Independentemente da dinâmica escolhida para esse momento, é importante que ocorram conversações entre os alunos e haja espaço para perguntas.
Abordar o conceito de arte indígena, ressaltando que arte é um conceito originalmente ocidental e que as produções dos indígenas possuem motivações e lógicas próprias. Mais adequado seria falar em “artes indígenas”, no plural, na medida que cada grupo possui formas diferentes de se expressar e produzir.
As manifestações plásticas produzidas pelos indígenas para uso cotidiano ou ritualístico muitas vezes são tratadas como artesanato, e não arte – refletir sobre o assunto com os alunos. Apesar de ser um fato que “arte” é um conceito ocidental, será que não está implicado um juízo de valor no uso histórico da distinção entre arte e artesanato, sendo sempre “o outro”, no caso os povos indígenas, os artesões, e o homem branco, o artista? É preciso lembrar que as artes indígenas vão além da produção de artefatos: há intervenção no próprio corpo, no ambiente, há a dança e a música, e suas produções não se limitam a representar a própria cultura.
Na conversa, destacar a relação dos indígenas com a natureza – outro ponto divergente da cultura ocidental, e em cada grupo indígena também é diferente. Apesar da idealização dos indígenas como protetores da natureza, reconhecemos que, embora não fossem ecologistas no sentido moderno do termo, desenvolveram a utilização de recursos naturais mais brandos para a natureza e puderam criar sem devastar o meio ambiente.
Algumas ideias para oficina já podem ser traçadas nessa etapa do projeto. Pedir aos alunos que registrem por escrito técnicas, materiais, nomes de objetos e de seus respectivos grupos indígenas para que possam pesquisar posteriormente.
A próxima aula é destinada à experimentação artística com elementos da natureza, portanto, é preciso combinar previamente com os alunos quais materiais devem ser providenciados (sementes, folhas caídas de árvores, argila, entre outros elementos da natureza para produzir corantes naturais, além de copos para água, pincéis e retalhos de tecido para a limpeza dos pincéis).
O próximo passo é a experimentação com materiais naturais, extraídos de forma que não degrade a natureza. Uma proposta acessível é a pintura com corantes vegetais. Pode-se inspirar nas culturas indígenas e extrair as cores de sementes, argila, folhas, galhos secos, entre outros elementos.
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Pó para corantes naturais.
O intuito é que os alunos experimentem a dinâmica de uma oficina e atentem-se às estratégias e aos recursos utilizados. Ao fim da aula, organizar uma roda de conversa para que as produções sejam compartilhadas e comentadas.
A próxima aula será dedicada ao planejamento da produção final (oficina artística dos alunos). Pedir que tragam as pesquisas, anotações das ideias e, se possível, amostras do que pretendem ensinar nas oficinas. Sugerimos que a oficina seja realizada em grupos de quatro a cinco alunos.
Parte essencial para o desenvolvimento de uma oficina é o planejamento. Agora que os alunos tiveram oportunidade de vivenciar uma oficina, poderão desenvolver a produção final com mais facilidade. Solicitar aos alunos que partilhem com o grupo as anotações solicitadas na aula anterior e se organizem para definir o que será feito, auxiliando-os na identificação de problemas e sugerindo alternativas, se necessário. No caso de materiais e recursos para a oficina, é preciso verificar do que a escola dispõe, e o que alunos e os convidados precisam providenciar. Como a proposta é criar arte sustentável, uma alternativa acessível é utilizar materiais recicláveis.
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Materiais recicláveis.
Sugerimos a criação de um plano da oficina, como o modelo a seguir.
Título da oficina |
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Nome dos oficineiros |
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Local da oficina |
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Data e horário da oficina |
Determinar início e término |
Público-alvo |
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Conteúdo da oficina |
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Materiais e recursos |
Não esquecer de contextualizar o conteúdo da oficina. Se houver inspiração nas artes indígenas, trazer ao público informações sobre elas (por exemplo: textos, áudios, imagens e vídeos). |
Pesquisa |
Mencionar conteúdos e fontes pesquisadas para o planejamento |
Quanto ao local e horário, é preciso verificar a disponibilidade dos alunos, da equipe escolar e o melhor para os convidados. O ideal seria que o evento fosse aberto à comunidade.
Com o plano definido, o próximo passo é praticar e desenvolver os protótipos do que será ensinado. No caso de um instrumento musical feito com elementos da natureza, por exemplo, criar um modelo e exercitar o modo de fazer e ensinar. Algumas produções podem levar mais tempo que outras. Em razão disso, é preciso combinar um tempo adequado para a preparação dos alunos.
A próxima aula é dedicada aos preparativos finais. Sugerimos na lista de materiais o uso de cartolina e tinta de várias cores ou canetas hidrocor coloridas para criação de cartazes de divulgação das oficinas. Os cartazes podem ter também imagens, para ficarem mais atrativos.
Esta aula é um espaço para tirar dúvidas e fazer os ajustes finais antes da oficina, focando a divulgação. Além dos cartazes informativos, é possível criar fôlderes, vídeos e áudios para divulgar o evento à comunidade, pensando na quantidade de participantes adequada para as oficinas.
Nesse sentido, é válido fazer um controle de quantas pessoas vão participar para não faltar material e dificultar o desenvolvimento das propostas. Deve-se lembrar aos alunos que o propósito das oficinais também é dialogar com a comunidade e pensar em soluções inclusivas aos povos indígenas. Assim, na execução da oficina, caso ocorra falta de materiais, procurar com os alunos uma maneira de agregar as pessoas interessadas em participar, para que também providenciem material para as oficinais.
Esta aula é dedicada à avaliação e troca de experiências sobre o projeto. Para tanto, propor uma roda de conversa para que os alunos possam comentar o que foi realizado. Algumas sugestões de questões norteadoras:
Do que vocês mais gostaram no projeto?
O que foi mais difícil de fazer?
O que mudou para vocês depois do projeto?
O que fariam diferente e o que gostariam de repetir?
Como foi trabalhar em equipe?
Depois de terem colocado a oficina em prática, os alunos podem sugerir alterações nos planos da oficina. Por exemplo: aumentar o tempo estimado para o desenvolvimento da oficina, incluir ou substituir materiais, adicionar referências de pesquisa. Assim, serão estimulados a realizar a autoavaliação. Este momento é precioso também para que os alunos compartilhem registros audiovisuais das oficinas, comentem as produções realizadas, bem como casos curiosos e engraçados durante o percurso.
ARAÚJO, Ana Carvalho Ziller; CARELLI, Rita; CARELLI, Vincent. Cineastas indígenas para jovens e crianças. Olinda: Vídeo nas Aldeias, 2013. Disponível em: <http://www.videonasaldeias.org.br/downloads/vna_guia_criancas.pdf>. Acesso em: 13 nov. 2018. Guia escrito em linguagem acessível aos alunos do Ensino Fundamental. Abarca discussões sobre os indígenas no Brasil, filmes dos povos Wajãpi, Ikpeng, Panará, Ashaninka, Mbya-Guarani e Kisêdjê e possui jogos e atividades orientadas.
BRASILIANA Fotográfica. Em função do dia do índio, na página, a Brasiliana Fotográfica destacou de seu acervo índios retratados por fotógrafos do século XIX. Disponível em: <http://brasilianafotografica.bn.br/?p=11371>. Acesso em: 13 nov. 2018.
FUNDAÇÃO Nacional do Índio. A Funai é o órgão indigenista oficial do Estado brasileiro. No site da fundação é possível encontrar diversos tipos de publicações ligadas à preservação e ao estudo dos indígenas viventes no território brasileiro. Na subpágina Sons Indígenas está disponível uma lista de álbuns de músicas indígenas que podem ser escutadas online e gratuitamente. Disponível em: <http://www.funai.gov.br/index.php/indios-no-brasil/sons-indigenas>. Acesso em: 13 nov. 2018.
MUSEU DO ÍNDIO. O museu tem como objetivo contribuir para uma maior conscientização sobre a contemporaneidade e a importância das culturas indígenas, possui um riquíssimo acervo e publicações online relacionadas. Disponível em: <http://www.museudoindio.gov.br/>. Acesso em: 13 nov. 2018.
PROGRAMA Povos Indígenas no Brasil: Lugares. O site do PIB conta com um mapa dos povos indígenas do Brasil. Na página inicial, o visitante pode procurar por estado ou família linguística um povo específico e conhecer diversos aspectos de sua cultura e história. É possível conhecer também iniciativas e projetos dos indígenas viventes no território brasileiro. Disponível em: <https://pib.socioambiental.org/pt/P%C3%A1gina_principal>. Acesso em: 13 nov. 2018.
VÍDEO NAS ALDEIAS. O VNA é um projeto precursor na área de produção audiovisual indígena no Brasil e conta com uma videoteca virtual. Disponível em: <http://www.videonasaldeias.org.br/2009/index.php>. Acesso em: 13 nov. 2018.
YANDÊ Rádio Indígena. Rádio disponível na internet e para celular com programas informativos, culturais e educativos que visam levar ao público conhecimentos sobre as diversas realidades indígenas. Disponível em: <http://radioyande.com/>. Acesso em: 13 nov. 2018.
Aula |
Proposta de avaliação |
1 |
Avaliar a participação nas discussões propostas, percebendo se os alunos respeitam a vez de fala dos demais colegas e interagem uns com os outros, e o conhecimento prévio dos alunos sobre os povos indígenas. Observar como os alunos reagem às produções artísticas indígenas contemporâneas, verificando os pontos de interesse, possíveis dúvidas e preconceitos. |
2 e 3 |
Avaliar a participação nas situações de mediação das obras. Observar a capacidade de sintetizar e aplicar os estudos realizados no comentário a obras de arte e a apropriação dos conteúdos pesquisados na internet ou em outros meios. |
4 |
Avaliar a assiduidade e empenho no trabalho de pesquisa e verificar se o material apresentado corresponde à proposição inicial. Observar a postura dos alunos no planejamento da oficina e nas discussões propostas. |
5 e 6 |
Verificar se o referencial artístico trabalhado nas aulas contribuiu para o desenvolvimento de produções originais ou se os alunos permaneceram limitados à cópia. Avaliar a capacidade de resolução de problemas, de tomar decisões e de fornecer soluções criativas. Verificar a coerência entre as propostas dos alunos e os conteúdos das aulas e pesquisas. |
7 |
Avaliar a proatividade e organização dos alunos nos ajustes finais da oficina, bem como o comprometimento com a divulgação do evento. |
8 |
Avaliar a capacidade de autoavaliação dos alunos, observando se identificam problemas no planejamento e na execução da oficina que necessitam ser revisados. |
Além do acompanhamento realizado aula a aula desde o primeiro encontro, é importante avaliar o projeto como um todo. Uma possibilidade é que os alunos redijam um texto falando sobre o que aprenderam ao longo das aulas. A última aula foi pensada justamente para um feedback sobre o projeto e para propiciar a todos uma possibilidade de autoavaliação. Refletir sobre a abordagem e a organização dos conteúdos, ponderando se o caminho escolhido no projeto poderia ser ajustado em outra oportunidade; o cumprimento dos objetivos gerais do projeto, se todos foram atendidos ou parcialmente atendidos, em caso negativo, o que poderia ter feito; que tipo de estratégias foram mais bem-sucedidas e o porquê são todas questões cujas respostas podem auxiliar na avaliação final.
ALMEIDA, Maria Regina Celestino de. Índios mestiços e selvagens civilizados de Debret: reflexões sobre relações interétnicas e mestiçagens. Varia História, Belo Horizonte, v. 25, n. 41, p. 85-106, jan./jun. 2009. Disponível em: <www.scielo.br/pdf/vh/v25n41/v25n41a05.pdf>. Acesso em: 13 nov. 2018.
______. Os índios na História do Brasil no século XIX: da invisibilidade ao protagonismo. História Hoje, v. 1, n. 2, p. 21-39, 2012. Disponível em: <https://rhhj.anpuh.org/RHHJ/article/download/39/29>. Acesso em: 13 nov. 2018.