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PROJETO INTEGRADOR |
Conexão com: Língua Portuguesa.
Líder do desenvolvimento do projeto: professor de Arte.
Este projeto propõe uma abordagem reflexiva acerca do olhar e do ouvir sobre os espaços urbanos em que estamos inseridos, com ênfase nas manifestações artísticas e nas práticas da escrita poética. A partir da integração de objetos de conhecimento da Arte e da Língua Portuguesa, visa-se à promoção de um evento interativo na escola, com o intuito de promover a valorização do processo autoral e participativo, e a interação entre os alunos e a comunidade escolar.
Passamos pelos mesmos locais e espaços diversas vezes no dia, no mês, no ano. Por muitas vezes, olhamos o espaço, mas, se prestarmos atenção, olhamos sempre para os mesmos pontos, as mesmas marcas, os mesmos lugares, e, assim, naturalizamos o olhar. Da mesma forma, ouvimos os mesmos sons e ruídos sonoros, mas não paramos para escutar de onde vêm, quais são suas características sonoras ou o que ou quem os provoca. Como e quando poderemos ir além do simples olhar para passar a enxergar? Quando e como poderemos perceber e apreender o mundo pela escuta, e não apenas simplesmente ouvi-lo?
Neste processo, os alunos realizarão o caminho da investigação do olhar e da escuta, percebendo com mais atenção as imagens e os sons que estão à sua volta, no seu dia a dia; um olhar que não apenas vê, mas que sente o ambiente em que está; uma escuta que não apenas ouve, mas que percebe, sente e entende. A proposta deste projeto é que seja vivenciada a distinção usual entre ver e enxergar e entre ouvir e escutar; contar suas histórias por meio do sentido da visão e da audição de forma poética, palavras que não mais apenas descrevem, e, sim, traduzem o sentido da apreensão consciente do ambiente em que se está inserido e será expresso por meio de versos, músicas e expressão corporal. Ao final, propõe-se a promoção de um espaço no qual as pessoas possam expressar de maneira mais livre, poética, consciente e responsável suas percepções qualificadas do ambiente em que estão inseridas.
Reeducar o olhar para não apenas ver, e, sim, sentir o que se vê.
Intensificar a percepção do mundo sonoro cotidiano no qual cada um está inserido.
Produzir poesias, músicas, vídeos e maquetes com uma percepção mais sensível.
Compartilhar conhecimentos e divulgar as produções realizadas durante o projeto.
Competências desenvolvidas |
7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta. 10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários. |
Habilidades relacionadas* |
Arte (EF69AR05) Experimentar e analisar diferentes formas de expressão artística (desenho, pintura, colagem, quadrinhos, dobradura, escultura, modelagem, instalação, vídeo, fotografia, performance etc.). (EF69AR06) Desenvolver processos de criação em artes visuais, com base em temas ou interesses artísticos, de modo individual, coletivo e colaborativo, fazendo uso de materiais, instrumentos e recursos convencionais, alternativos e digitais. (EF69AR31) Relacionar as práticas artísticas às diferentes dimensões da vida social, cultural, política, histórica, econômica, estética e ética. (EF69AR32) Analisar e explorar, em projetos temáticos, as relações processuais entre diversas linguagens artísticas. (EF69AR35) Identificar e manipular diferentes tecnologias e recursos digitais para acessar, apreciar, produzir, registrar e compartilhar práticas e repertórios artísticos, de modo reflexivo, ético e responsável. Língua Portuguesa (EF69LP21) Posicionar-se em relação a conteúdos veiculados em práticas não institucionalizadas de participação social, sobretudo àquelas vinculadas a manifestações artísticas, produções culturais, intervenções urbanas e práticas próprias das culturas juvenis que pretendam denunciar, expor uma problemática ou “convocar” para uma reflexão/ação, relacionando esse texto/produção com seu contexto de produção e relacionando as partes e semioses presentes para a construção de sentidos. (EF69LP22) Produzir, revisar e editar textos reivindicatórios ou propositivos sobre problemas que afetam a vida escolar ou da comunidade, justificando pontos de vista, reivindicações e detalhando propostas (justificativa, objetivos, ações previstas etc.), levando em conta seu contexto de produção e as características dos gêneros em questão. |
* A ênfase nas habilidades aqui relacionadas varia de acordo com o tema e as atividades desenvolvidas no projeto.
o que será desenvolvido
Os alunos apresentarão suas produções em um grande sarau, que será feito na escola, convidando a comunidade escolar para assistir e participar.
Nesse encontro, eles apresentarão um vídeo sobre todo o processo do projeto, a maquete explicando ao público o porquê das sugestões de mudança na parte arquitetônica da escola e o processo de elaboração e construção das poesias e das composições.
Após as apresentações, os alunos poderão conversar com o público sobre todo o processo e o que significa e significou participar dele.
Aparelho para projeção de imagens.
Riscadores diversos (lápis, giz, carvão, caneta, entre outros).
Filmadora, máquina fotográfica ou celular com esses recursos.
Computador com acesso à internet.
Cartolina ou papel A3.
Tesoura, cola e fita adesiva.
Materiais recicláveis.
Tempo de produção do projeto: 6 semanas/2 aulas por semana.
Número de aulas sugeridas para o desenvolvimento das propostas: 12 aulas.
Iniciar o projeto propondo aos alunos uma conversa sobre o que entendem por pontos de referência, observação, sons e ruídos sonoros produzidos no dia a dia. O objetivo desta primeira aula é fazer com que eles percebam a importância do olhar e da escuta ativa.
Neste primeiro encontro, é necessário que se apresente um cronograma e comente com os alunos que eles terão de apresentar um produto final no término do projeto, e que esse seja importante para a comunidade escolar.
Explicar aos alunos que eles promoverão um sarau com exposição de vídeos, maquetes e produções poéticas e musicais.
Primeiro, procurar explorar os conhecimentos prévios dos alunos por meio da investigação, bem como instigar-lhes a curiosidade. Perguntar o que sabem sobre pontos de referência, sons, ruídos, olhar, enxergar, perceber e sentir. Neste primeiro momento, apenas escutar as respostas da turma e registrá-las na lousa. Pedir aos alunos que anotem as respostas no Diário de Arte, para que, ao final da atividade, possam retornar ao que disseram e verificar se seus pensamentos e suas ideias se confirmaram. Este é o momento para falar sobre a escuta ativa, lembrando que esse tipo de escuta ajuda a entender melhor o que foi dito e desenvolve a concentração.
Em seguida, para sensibilizar os alunos com relação ao tema, é interessante pedir que observem ao redor e em todo ambiente em que estão e percebam tudo o que veem e ouvem. Após este momento, conversar com eles sobre a experiência e perguntar se, antes da atividade, já haviam percebido tudo o que enxergaram e ouviram.
Depois de escutar os alunos, expor o conceito de paisagem sonora, paisagem urbana e paisagem rural, para que entendam melhor o que estamos vendo e escutando no nosso cotidiano. Informá-los sobre a importância da observação nos diferentes contextos sonoros e visíveis para entendermos melhor o mundo que nos cerca.
Dialogar com os alunos sobre os trajetos que fazem no dia a dia, o que observam e ouvem no percurso de casa até a escola. Em seguida, pedir que relatem, por meio da escrita e de desenhos, as lembranças desse trajeto. É importante que registrem tudo de que se lembrarem, reforçando a questão dos pontos de referência, dos detalhes das imagens e de onde surgem os sons e os ruídos sonoros.
Pedir aos alunos que, ao retornarem à casa, percebam esses ambientes que registraram e anotem no Diário de Arte o que não foi relatado na atividade, para que possam, no próximo encontro, discutir sobre as lembranças e as observações.
Informar à turma que, na próxima aula, utilizarão máquinas fotográficas ou celular com esse recurso para fazer alguns registros audiovisuais. Pedir àqueles que possuem um ou outro equipamento que o providenciem para a aula seguinte.
O objetivo desta aula é explorar o espaço escolar de maneira atenta e observadora, percebendo a paisagem sonora na qual a comunidade escolar está inserida.
Apresentar aos alunos plantas e croquis de diferentes ambientes, inclusive da própria escola, para compreenderem melhor a proposta da atividade. Aproveitar e mostrar a eles diferentes sonoridades existentes no dia a dia. Esse material sonoro pode ser apresentado diretamente da internet, exibindo vídeos sem as imagens, para que eles tentem descobrir os diversos sons, e, depois, exibindo as imagens, para que identifiquem e percebam os sons reproduzidos durante o vídeo.
É importante contextualizar cada imagem apresentada, buscando interagir com a turma a respeito dos elementos apresentados, dos detalhes arquitetônicos, entre outros, onde e de que maneira, em geral, sons mais graves ou agudos, mais fortes ou fracos, mais longos ou curtos se manifestam. Pedir aos alunos que verifiquem a presença de sonoridades mais densas/rarefeitas, regulares/irregulares, raras/frequentes, entre outros aspectos. Essa busca de melhor conhecimento das características das sonoridades e a partilha e o diálogo sobre as descobertas da turma são muito importantes para que possam realizar a proposta solicitada ao final desta aula.
Na sequência, perguntar aos alunos qual a melhor forma de registrar os pontos de referência, as partes mais significativas e os diversos sons que estão dentro da unidade escolar, bem como poderiam utilizar a criatividade para registrar todas essas paisagens, mencionando o uso de técnicas e materialidades alternativas. Após esse bate-papo, propor que se reúnam em grupos, saiam a campo na unidade escolar e façam os registros. Usar celulares, gravadores e/ou máquinas fotográficas para registrarem tudo o que for importante durante o percurso. Avisar que esses registros são material para uso futuro e serão utilizados em uma montagem audiovisual (um curta-metragem), que retratarão todo o andamento do projeto e apresentarão ao final do projeto, com o produto final.
Para que essa atividade ocorra, é necessário avisar aos funcionários da escola e à coordenação que os alunos percorrerão todos os espaços da escola para fazer os registros. Ao final do encontro, pedir aos alunos que registrem no Diário de Arte os problemas e/ou as facilidades encontrados no desenvolvimento da atividade.
Iniciar esta aula pedindo a um representante de cada grupo que relate as facilidades e as dificuldades ou os problemas encontrados para realizarem as observações das características sonoras do espaço e os respectivos registros. Após o bate-papo, pedir que desenhem a planta do local percorrido e insiram os caminhos e os registros utilizados na primeira aula do projeto, em que demarcaram o percurso que fazem de casa até a escola. Explicar a eles que esta etapa do projeto é muito valiosa, para que vivenciem e compreendam a importância de observarem cada vez mais o que existe à sua volta e como eles podem interferir ou não na produção sonora desses ambientes, a partir do que percebem. Lembrar-lhes de que tudo isso será utilizado na etapa final do projeto.
Antes de iniciarem a atividade, conversar com os alunos para que apresentem os registros audiovisuais, a fim de que todos os detalhes sejam acrescentados na planta do projeto, lembrando que continuem o registro audiovisual, em vista da montagem do curta-metragem de todo o processo.
Ao terminarem, os alunos apresentarão seus trabalhos aos demais colegas da sala. O ideal é que deixem os trabalhos sobre as mesas e os colegas percorram o ambiente, percebendo as diferenças entre eles. Enfatizar que fiquem atentos a todos os detalhes que aparecem nos trabalhos. As características dos sons e as sonoridades percebidas e registradas nas gravações também terão de ser exploradas na apresentação. Após o percurso, pedir que relatem o que observaram.
Explicar aos alunos que essa etapa do projeto teve por objetivo aguçar os olhares e a audição, e que nem tudo o que foi apresentado será utilizado na próxima etapa, cujo foco será a própria escola. Pedir para pensarem em possíveis mudanças arquitetônicas e preparação acústica do ambiente, a fim de que as sonoridades dos espaços da escola sejam mais prazerosas e agradáveis, e não afetem negativamente o desempenho escolar. Pedir-lhes para registrar suas considerações e ideias no Diário de Arte.
O objetivo desta aula é que os alunos percebam o ambiente escolar como algo agradável, acolhedor e propício para a realização de seus estudos com qualidade. Iniciar o encontro pedindo que apresentem as sugestões de mudanças no ambiente escolar anotadas no Diário de Arte.
Após essa conversa inicial, dividir novamente os alunos em grupos e pedir para saírem a campo pela escola, registrando todas as mudanças que gostariam de realizar. Lembrá-los de fazer registros audiovisuais, caso possuam ferramentas para isso.
Quando retornarem, fazer algumas perguntas reflexivas sobre as possíveis mudanças. Sugestões de perguntas:
Qual o motivo de tais mudanças?
É possível fazer tais mudanças? Como?
Para realizar essas mudanças, dependemos do que e de quem?
O ambiente modificado dessa maneira realmente trará benefícios aos alunos? Quais?
No que essas mudanças realmente influenciarão?
Até que ponto a paisagem sonora interfere nos seus estudos?
É possível avaliar o efeito nocivo de determinados sons ou níveis de intensidade ou de permanência sonora sobre o ser humano? Será que isso ocorre na escola?
As respostas podem ser feitas oralmente ou por meio de registro escrito. Cabe ao professor direcionar a melhor maneira e até onde o tratamento desse assunto pode ser necessário.
Após refletirem sobre os questionamentos, perguntar para eles se ainda continuam com a mesma ideia de mudança ou se ocorreu outro entendimento. Em seguida, pedir para comentarem sobre os questionamentos.
Para o próximo encontro, solicitar que providenciem materiais diversos, de preferência de reutilização ou recicláveis, pois terão de construir uma maquete com as mudanças sugeridas pelos grupos.
Iniciar a aula com os alunos dispostos em círculo para retomar a conversa sobre as possíveis mudanças arquitetônicas, acústicas e de produção sonora na unidade escolar. Após a conversa, fazer o seguinte questionamento: em relação à paisagem urbana e sonora, quais as coisas que realmente nos incomodam no dia a dia e por que, por muitas vezes, não percebemos, não escutamos e não nos damos conta, conscientemente, desse incômodo?
Neste momento, é importante que não haja juízo de valores nem questionamentos por parte de qualquer integrante do grupo, para que não cause inibição ou qualquer tipo de desconforto ao aluno que está fazendo a explanação. Essa é uma oportunidade importante para que os alunos realmente reflitam sobre suas ações.
Pedir a um aluno que registre as falas dos demais em um gravador e por meio de imagens, para que tais registros possam ser utilizados no curta-metragem, enriquecendo o material audiovisual produzido para o produto final.
Preparar o ambiente para que os alunos comecem a construção da maquete. Lembrar-se de providenciar materiais diversos de uso comum para deixar à disposição deles, caso precisem (tesoura, cola, entre outros). Explicar aos alunos que é importante que se lembrem de todo o processo até o momento, contemplando todos os detalhes, a fim de que quem observar o produto final do projeto entenda exatamente o que querem demonstrar.
Cada grupo é responsável por organizar seu espaço, deixá-lo limpo e guardar a maquete, trazendo-a quando for solicitado, para ser apresentada no final do processo. Espera-se com isso que cada aluno entenda a responsabilidade de organização e cuidado com os materiais produzidos por eles e para eles.
Nesta aula, teremos por objetivo propiciar que os alunos entendam a importância da oratória em diversos setores e da intencionalidade das palavras. É importante falar sobre formatos que envolvem diferentes tipos de apresentações em público e sobre oratória, discurso, saraus, entre outros.
Utilizar vídeos mostrando saraus, slams, palestras, debates, instalações e performances. É importante mostrá-los aos alunos para eles entenderem melhor as diferenças entre os diversos formatos de apresentações em público. Esses materiais estão disponíveis na internet. Como sugestão, utilizar o curta-metragem Curta saraus (Direção de David Alves da Silva. Brasil, 2010. Duração: 15min27s), que apresenta um panorama do movimento literário que a cada dia ganha mais expressão nas vozes dos poetas da periferia de São Paulo.
Conversar sobre a cultura de saraus, slams, instalações e performances em espaços públicos como forma de resistência, denúncia e manifestação sobre problemas políticos e sociais. Propor uma atividade para que todos falem ao mesmo tempo. Esta atividade é bem interessante para que os alunos se expressarem livremente, sem a preocupação com o olhar do outro. Sugerir que pensem em palavras ou frases que queiram dizer livremente sobre algo que os incomoda ou ainda sobre algo que queiram protestar. Esse jogo é interessante, pois os alunos se soltam de maneira dinâmica e divertida.
Após o jogo, os alunos deverão registrar suas falas no Diário de Arte.
Pedir que providenciem para a próxima aula uma música (de qualquer gênero) e uma poesia que retratem a realidade na qual estamos inseridos.
Nesta aula, a proposta é realizar uma sensibilização utilizando uma música que trate da realidade em que os alunos estão inseridos.
Após ouvirem a música, conversar com os alunos sobre a letra, fazendo algumas perguntas para que respondam oralmente. Por exemplo:
Qual a mensagem que essa letra nos passa?
Qual a intenção em fazer uma letra que questiona a realidade na qual estamos inseridos?
Na sequência, pedir que se reúnam em grupos e conversem sobre a pesquisa musical e poética de cada um e sobre a mensagem que elas querem transmitir. Solicitar que escolham uma das músicas e apresentem para os demais alunos da sala. É importante que não haja interferência durante as explicações sobre as escolhas que apresentarem.
Em seguida, explicar aos alunos sobre a importância da construção de uma letra e sobre a escolha do ritmo que será inserido para musicalizar esse texto poético.
Começar o encontro comentando com os alunos que, nos dias de hoje, os saraus estão espalhados por todo o Brasil, fazendo principalmente com que a voz da periferia ultrapasse as fronteiras, retratando e fazendo as mais diversas críticas políticas e sociais.
Pedir para os alunos formarem grupos e debaterem sobre quais produções desejam fazer, lembrando que podem fazer uma poesia, uma composição ou musicalizar uma poesia podendo utilizar a técnica da paródia ou criar outro ritmo de escolha livre. É importante estipular um tempo para que eles entendam a questão da organização em relação ao tempo e espaço.
Nesta atividade, é interessante estipular um tema; uma sugestão pode ser: “Uma mudança no olhar: as coisas que incomodam e passam despercebidas aos nossos olhares”. O tema deve estar amarrado diretamente ao projeto. Não se esquecer de sempre lembrar e retomar o objetivo geral do projeto, que é: “As diferenças entre olhar e enxergar, entre ouvir e escutar”.
Retomar o projeto com os alunos. Lembrá-los de todas as etapas que foram feitas e cumpridas, e explicar a importância desse produto final como algo transformador ou, ao menos, um instrumento para possibilitar novos olhares sobre o espaço no qual estamos inseridos. É importante enfatizar que o aluno é o protagonista dessa apresentação. Isso faz com que ele tenha confiança, aumente sua autoestima e desenvolva sua autonomia.
Neste momento, o professor deve ser apenas o mediador. Deixar que os alunos sejam responsáveis e organizem a apresentação, encontrando a melhor maneira para atingir o público. Pedir a eles que registrem tudo e, se possível, façam um esboço na lousa de como ficarão os espaços, onde serão expostas as maquetes, onde serão feitas as apresentações dos vídeos e a realização do sarau. Lembrá-los da edição do material audiovisual e da importância de haver a participação da comunidade escolar no sarau e na discussão sobre o entendimento da proposta e o objetivo do projeto.
Providenciar os materiais necessários e conversar com a coordenação, para que comunique a comunidade escolar sobre o evento, a fim de que todos fiquem cientes da importância em participar desse evento.
Após tudo acertado, fazer uma avaliação do projeto propondo uma roda de conversa com os alunos, para avaliarem todas as etapas do trabalho, enfatizando os erros e os acertos, e, por fim, saber se houve alguma mudança no olhar desses alunos. Pedir que façam uma autoavaliação para entregar e um comentário sobre o envolvimento do grupo.
Algumas sugestões para auxiliar o processo avaliativo:
Relatem os pontos mais interessantes no desenvolvimento projeto.
O que foi mais difícil de realizar?
Houve mudanças nos olhares de vocês depois do projeto?
Como foi trabalhar em equipe?
Comente livremente sobre o aprendizado adquirido com esse projeto
Neste encontro, os alunos apresentarão suas produções em um grande sarau, que será feito na escola com a presença da comunidade escolar, para assistir e também participar.
Os alunos apresentarão o vídeo sobre todo o processo do projeto, a maquete explicando ao público o porquê das mudanças na parte arquitetônica da escola, bem como sobre o processo da elaboração das poesias e das letras das músicas.
Após as apresentações, eles poderão conversar com o público sobre todo o processo e o que significa e significou participar deste projeto.
Para que essa atividade ocorra de maneira que possa atingir todos os alunos da escola e a comunidade escolar, seria de grande auxílio o envolvimento dos demais professores da escola, assim como de funcionários para ajudar na organização de tempo e espaço, e conscientizar os outros alunos da importância da atividade. O ideal seria que esse encontro fizesse parte de uma feira cultural ou algum evento da escola.
Aula |
Proposta de avaliação |
1 |
Avaliar a participação dos alunos nas discussões propostas, percebendo se eles respeitam a vez de fala dos demais colegas e interagem uns com os outros. |
2 |
Observar a capacidade de sintetizar os registros sobre as observações dos espaços relatados. |
3 |
Avaliar a participação dos alunos nas discussões propostas, percebendo se eles respeitam a vez de fala dos demais colegas e interagem uns com os outros. |
4 |
Avaliar a participação no diálogo sobre os apontamentos. Observar a participação e o entendimento referente aos assuntos abordados. |
5 e 6 |
Observar a postura dos alunos na realização do experimento. Avaliar a capacidade de tomar decisões e fornecer soluções criativas. Avaliar o entendimento de organização e trabalho em grupo. |
7 |
Avaliar a participação dos alunos nas discussões propostas, percebendo se eles respeitam a vez de fala dos demais colegas e interagem uns com os outros. Observar a capacidade de sintetizar os registros. |
8 |
Avaliar as contribuições dos alunos nos momentos de discussão. Observar o desempenho dos alunos no trabalho em equipe, analisando se eles são capazes de compartilhar e respeitar ideias alheias, negociando e chegando a um entendimento. |
9 |
Observar como os alunos lidam com trabalho em equipe. |
10 e 11 |
Avaliar a proatividade dos alunos na produção das propostas e o entrosamento da turma, bem como a capacidade de solucionar problemas de maneira criativa e eficiente. |
12 |
Avaliar a participação dos alunos na troca de experiências, percebendo se respeitam a vez de fala dos demais, o trabalho coletivo e a organização. |
É possível avaliar o desenvolvimento dos alunos a cada aula sob diferentes perspectivas. O planejamento do projeto valoriza o diálogo entre a turma como um recurso diagnóstico e propiciador de aprendizagem, com o qual se analisam a bagagem cultural dos alunos, seus interesses e suas habilidades pessoais, a capacidade de comunicação verbal e escrita, o uso da imaginação, da criatividade e da tecnologia, o relacionamento interpessoal, a apropriação conceitual e as atitudes solidárias e cooperativas. É válido explorar a autonomia dos alunos e a proatividade na realização de tarefas como pesquisas e produções artísticas, textuais, assim como a reflexão sobre as produções executadas.
O projeto visa a todos esses elementos, e, ao final, é necessário avaliar se os alunos conseguiram sistematizar o que foi apreendido em cada etapa. A produção final foi pensada com esse intuito, de não ser apenas produto das aulas, mas um meio para alcançar os objetivos propostos, pois, para a sua concretização, é preciso olhar as aulas como um conjunto, captando a razão de ser do trabalho interdisciplinar.
Nesse sentido, o objetivo maior da promoção do evento interativo é que os alunos consigam relacionar os objetos de estudo das diferentes áreas do conhecimento, olhando para as temáticas de maneira abrangente. Ao fim do projeto, dialogar com os alunos sobre o que mudou em seu modo de viver, sentir e enxergar o mundo. Sugere-se a realização de uma retrospectiva do projeto, com depoimentos orais, escritos e visuais.
FORTUNA, Carlos. Identidades, percursos, paisagens culturais: estudos sociológicos de cultura urbana. Coimbra: Imprensa da Universidade, 2013.
MAXIMIANO, L. A. Considerações sobre o conceito de paisagem. Revista RA’E GA, Curitiba, Editora UFPR, n. 8, p. 83-91, 2004. Disponível em: <https://revistas.ufpr.br/raega/article/download/3>. Acesso em: 17 nov. 2018.